A Polícia Civil de Alagoas investiga se as amigas Micaela da Silva Araújo Cavalcante e Vitória Stefani da Silva foram executadas vítimas do tráfico de drogas. O órgão investigador reduziu as chances de o crime ter sido cometido por feminicídio. As duas tinham 25 anos de idade, e o suspeito de envolvimento nos assassinatos, o namorado de uma delas, está preso.
As vítimas estavam desaparecidas desde o dia 16 de abril. Vitória foi encontrada no dia seguinte, 17, com as mãos amarradas para trás, na Barra de São Miguel. Já Micaela foi achada nessa quarta-feira (23), em uma zona canavieira, na cidade de São Miguel dos Campos, com o rosto desfigurado, segundo informações policiais.
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De acordo com a Polícia Civil, no dia 16 de abril, Micaela, que morava em Marechal Deodoro, saiu de casa dizendo que iria se encontrar com o namorado, que morava na mesma rua da amiga Vitória.
Ainda no mesmo dia, ela saiu da Barra de São Miguel, afirmando que estava voltando para Marechal acompanhada de Vitória. Entretanto, as duas desapareceram.
“Diante das linhas e probabilidades, a linha de feminicídio é a que tem menos chance”, afirmou a delegada que investiga o caso, Juliane Santos, coordenadora do 10º Segmento de Homicídios e Proteção à Pessoa. “É um trabalho sensível, uma investigação delicada, mas não descartamos nenhuma linha de investigação, seja o feminicídio ou o tráfico de drogas. Pela característica da execução, provavelmente, tem mais probabilidade de ser relacionada ao tráfico”, pontuou a autoridade policial.
Segundo ela, apesar de essa ser a linha de investigação, há ainda diligências a serem feitas para confirmar as suspeitas da Polícia Civil. O órgão também quer saber se, em caso de envolvimento com o tráfico, qual seria a relação delas: se como usuárias ou como traficantes.
A Polícia Civil acredita ainda que as duas foram mortas no mesmo dia e investiga se há participação de mais pessoas. Por enquanto, um suspeito está preso: o namorado de Micaela, que nega as acusações.
Na volta para Marechal Deodoro, ele teria informado à família de Micaela que discutiu com ela durante o trajeto e a deixou “no meio do caminho”. Desde então, ele teria fugido da cidade e desligado o telefone, o que, segundo a delegada, levantou suspeitas contra ele.