As estudantes alagoanas ampliaram a participação feminina na premiação da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP). Na edição 2024, dos 71 medalhistas, 32 são meninas, o que representa 45% do total de premiados.
Pela Rede Estadual, o percentual é ainda maior: de 42 premiados, 20 são meninas, o equivalente a 47,6% do total de medalhistas. Além disso, a edição 2024 teve a primeira estudante do sexo feminino a conquistar ouro para Alagoas – Cláudia Manuelly Soares Santos, do Colégio Tiradentes da Polícia Militar (CPM) Agreste, localizado em Arapiraca.
A premiação dos 71 medalhistas ocorreu na terça-feira (13), no Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió. Na ocasião, além dos estudantes, professores e escolas participantes também foram premiados.
Esse resultado contempla os melhores desempenhos no nível estadual da olimpíada: destes 71 alunos, 10 também conquistaram medalhas na esfera nacional da OBFEP – dentre os quais, sete da Rede Estadual.
Alagoas teve recorde de inscrições na edição 2024 da OBFEP. De acordo com dados da coordenação estadual da olimpíada, o estado registrou 20.398 estudantes inscritos oriundos de 102 escolas estaduais, municipais e federais, sendo a quinta unidade da federação com o maior número de estudantes e escolas inscritas em todo o país.
Deste quantitativo, 17.592 estudantes e 85 escolas foram da Rede Estadual, que respondeu por 86% dos alunos inscritos e 83,3% das unidades de ensino cadastradas na olimpíada.
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Fazendo história
Em uma área que, por décadas, foi vista como de domínio masculino, 20 alunas da Rede Estadual brilharam com a conquista de medalhas na OBFEP. Na edição 2021 da competição, foram sete alunas medalhistas pela Rede Estadual.
Ouro nas esferas nacional e estadual da olimpíada, Cláudia Manuelly Soares Santos fez história como a primeira estudante do sexo feminino a conquistar o ouro da OBFEP em Alagoas. A aluna do Colégio Tiradentes da Polícia Militar – Unidade Agreste, em Arapiraca, já conta com mais de 20 medalhas em diversas olimpíadas de conhecimento.
Ainda assim, ficou surpresa ao conseguir um ouro em uma disciplina que nunca havia estudado; em 2024, ela estava no 9º ano do ensino fundamental e só passou a ter aulas de física este ano, quando ingressou no ensino médio.
“Foi um orgulho imenso. Tive que olhar três vezes o site, não conseguia acreditar que tinha conquistado o ouro. Eu me diverti bastante fazendo a prova, tive o apoio do meu professor e da escola e esse resultado me instiga a estudar ainda mais, pois ser a primeira menina a ganhar o ouro em Alagoas mostra que outras estudantes também podem conseguir, desde que se dediquem”, declara Cláudia, que também foi a única alagoana convidada para participar do Programa de Preparação para as Olimpíadas Internacionais de Física de 2026.
Também bimedalhistas – ouro na esfera estadual e bronze na nacional – as estudantes Janice Cristine Santos de Lima, da Escola Estadual Theotônio Vilela Brandão, de Maceió, e Mariane Farias dos Santos Silva, da Escola Estadual Dorgival Gonçalves, de Campo Alegre, se disseram surpresas com façanha, mas são unânimes ao afirmarem o resultado não é impossível: basta ter foco e dedicação.
“Essa medalha foi muito importante para mim. Até então, não gostava de exatas, mas quando entrei no ensino médio, percebi que a física não era tão difícil como pensava. Basta estudar e se dedicar, independente de qual for o seu gênero”, destaca Mariane.
“Fiquei surpresa com a medalha, não esperava. A olimpíada me possibilitou aprender mais, meus professores me apoiaram bastante, passaram roteiros de estudo. Por isso, digo às meninas que é possível sim conquistar medalhas, basta estudar e ter foco de vontade”, complementa Janice.
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